O dia amanheceu frio e silencioso no sítio. Um manto de neblina cobria os campos e escondia o céu azul. Isabela abriu os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Leonardo ao seu lado. Ele dormia profundamente, com um dos braços envolto em sua cintura e o rosto sereno, como se ali, naquele refúgio improvável, ele finalmente tivesse encontrado paz.
Ela o observou em silêncio por alguns minutos. O peito subia e descia lentamente, a barba por fazer o deixava com um ar mais maduro e másculo. Era difícil acreditar que aquele era o mesmo homem que, meses antes, havia partido seu coração. Que havia sumido sem explicações. Que agora, de repente, era seu porto seguro.
— Como alguém pode ir embora e voltar como se nunca tivesse saído? — ela sussurrou para si mesma, enquanto passava os dedos pelas costas dele.
Leonardo abriu os olhos, como se tivesse ouvido.
— Eu não fui embora de verdade, Isa — murmurou, a voz rouca da manhã. — Meu corpo se foi, mas meu coração sempre esteve com você.
Ela riu