Isabela estava sentada no sofá antigo da cobertura, com o pen drive em mãos, enquanto Leonardo falava ao telefone com um técnico de confiança. O silêncio entre as frases dele era preenchido pelo som abafado da chuva fina que começava a cair sobre a cidade. O céu estava cinzento, e uma melancolia doce pairava no ar.
Ela encarava o dispositivo como se ele carregasse não apenas segredos, mas também os estilhaços da sua própria história. Aquela era a última ponte entre ela e um passado que, embora sombrio, agora revelava nuances inesperadas. E o mais confuso: Ricardo a estava protegendo. Mesmo depois de tudo.
Leonardo desligou o telefone e se aproximou, se agachando diante dela.
— O técnico vai dar um jeito. Ele disse que consegue recuperar os dados em até 48 horas. — Seus olhos procuravam os dela, como se estivessem tentando traduzir o caos que se passava em sua mente.
— Você acha que ele… amava mesmo? — ela perguntou, quase num sussurro.
Leonardo engoliu em seco.
— Sinceramente? Sim. Do