44. A SOMBRA DO REI
VALERIA
Ela virou as costas e finalmente foi embora, me deixando completamente sozinha, olhando para o nada e refletindo sobre suas palavras.
Levantei-me antes que anoitecesse; não queria ficar sozinha tão perto daquela floresta sombria.
Estava pendurando enormes lençóis brancos no varal, precisando subir em um banquinho para alcançar a corda e colocar os prendedores de madeira.
A brisa fria soprava, fazendo os lençóis ondularem e refrescando também minha mente.
Abaixei a cabeça para procurar mais prendedores no avental que usava, e quando levantei, o vi.
Do outro lado do lençol, a enorme sombra de um lycan estava de pé, sem dizer nada, e eu sabia muito bem que era ele.
O vento soprava vindo da floresta, soando como um lamento triste ao passar pelas árvores.
Fiquei alguns segundos olhando aquela presença poderosa e assustadora, sabendo que o Rei também me observava do outro lado.
Ele tinha todas as razões para estar bravo; como havia gritado, eu realmente não tinha o direito de tocar