Capítulo 03

Capítulo 03

Elisa

Algum tempo se passou desde que comecei a trabalhar na mansão do Sr. Toriccelli, apesar de contrariar os sermões de dona Francisca que sempre diz com uma certa constância que mulher tem que saber cuidar da casa, marido e filhos. Nada mais que isso. É o homem que tem que ser o provedor da casa!

Minha mãe só não sabe que se eu não estivesse trabalhando, provavelmente estaria na cadeia por ter atropelado uma criança! Deus, o que foi que eu fiz naquele dia?

— tia Elisa — Carla, a filha do Erick Toriccelli e irmã gêmea do Caio, o menino que eu atropei — eu e o Caio não podemos brincar de amarelinha?

— Claro que não, meu amor. O Caio ainda está usando gesso.

— Ai como a senhora é chata!

Calma e respire, Elisa! Você precisa desse emprego!

Caio apertou minha mão e falou com mansidão:

— Não liga para a Carlinha. A senhora não é chata — eu sorri genuinamente até ele terminar a frase — só um pouquinho.

Beijei o topo da sua cabecinha loira e saí do quarto dele, quando estava descendo as escadas tropecei no meu chefe. Oh, céus. Erick me pegou em seus braços fortes e quase sorriu lindamente, mas o quase-sorriso lindo cheio de covinhas deu lugar a sua cara carrancuda.

— Desculpa — falei baixinho, quase sussurrando.

— Você sempre atropela as pessoas, não é mesmo? — seu humor é ácido e não gosto disso.

— Há diferença entre tropeçar e atropelar, caso o senhor não saiba — respondi, ríspida.

— Para onde você iria, Elisa?

— Ia ajudar na cozinha.

— Pois vá para a cozinha.

Que homem chato. Gostoso, mas muito chato!

Segui para a cozinha e dona Lurdes já estava terminando de fazer a comida das crianças. Já tinha feito amizade com ela que é uma senhorinha muito boazinha.

— O Sr. Toriccelli sempre foi ranzinza assim?

— Menina Elisa! — ela me repreendeu com um sorriso maroto — Seu Erick era um homem muito alegre, muito divertido e encantador, mas depois da morte da dona Célia, essa parte dele também morreu.

Senti uma pontada no meu coração. Por alguns instantes, senti pena dele. Essa Célia deveria ser muito importante para o Erick.

— Eu sinto muito.

— O que o Erick precisa é de uma boa esposa e eu farei este papel — disse Penélope, uma outra empregada que é meio azedinha.

— Só em seus sonhos — disse dona Eunice, melhor amiga da dona Lurdes.

— Vocês não gostariam que o Erick se casasse com a Elisa, né? Além de ser sonsa é casada.

— O que você disse? — já estava pronta para brigar, quando Erick surgiu na cozinha e me puxou de cima da Penélope.

— Srta. Santos de Oliveira, por favor, queira comparecer à minha sala.

Putz, ferrou! Pensei com medo. Será que vou ser presa? Respirei profundamente e segui meu chefe até o seu escritório dentro daquela enorme mansão.

Ele fez o gesto para que eu me sentasse na cadeira, de frente para ele. Erick poderia ser um filho da puta, mas definitivamente era muito lindo com seu cabelo castanho meio bagunçado e covinhas lindas.

Não poderia estar pensando isso, porque sou uma mulher casada. Mas meu casamento é... Complicado, para dizer o mínimo. Infelizmente não tenho esperança de salvar meu relacionamento.

— Pode falar, Sr. Toriccelli.

— Infelizmente não tenho boas notícias — estava preparada para ser demitida, mas o que ouvi era infinitamente pior — encontraram João Sérgio Oliveira morto.

— O que????

Comecei a chorar copiosamentem

Eu e Serginho não tínhamos um casamento normal, se é que me entende, mas foi meu primeiro e único amor.

Oh, meu Deus, o Serginho não...

Ontem à noite, ele se despediu com carinho. Certo que eu não fazia a mínima ideia para onde ele iria, mas jamais pensei que.... O que será que aconteceu com meu marido?

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