KAEL THORNE
Eu deveria estar acostumado.
O dia da morte dela sempre me despedaça, ano após ano. A cidade inteira respeita o luto da minha família, mas ninguém realmente entende o que significa perder uma companheira. Sua alma gêmea.
E, ainda assim, esta noite, o que me atormenta não foi apenas a memória. Foi Madisson.
O gosto dela ainda estava nos meus lábios, a lembrança do toque, a doçura insuportável do cheiro que grudou em mim como veneno. Calda de morango e merengue. Um perfume que nunca existiu em nenhuma outra mulher. E depois, no instante em que a rejeitei, no momento em que disse que era melhor não nos vermos mais… aquilo mudou. Tornou-se ácido, amargo, cortante como ferro quente entrando nos meus pulmõe