MADISSON
Eu ainda sentia o gosto de fumaça na boca, mesmo que não houvesse nada queimando ao meu redor.
A casa estava silenciosa.
A casa que Oliver nos trouxe para morar com uma promessa de felicidade cheia de mentiras.
Porque eu me teletransportei.
Me teletransportei.
A palavra girava na minha cabeça como algo proibido, ridículo, impossível… mas o chão ainda estava firme sob meus pés, o ar ainda tinha o cheiro levemente adocicado do detergente que minha mãe usava, e Kael ainda estava ali, atrás de mim, respirando com aquela intensidade que sempre denuncia quando ele está tentando parecer calmo.
— Madisson — a voz dele veio baixa, como se tivesse medo de quebrar alguma coisa. Talvez eu fosse a coisa. — Você está tremendo.
Eu estava. Não percebi até ele dizer.
— Eu… — minha garganta apertou. — Eu não pensei. Só senti você… caindo, perdendo o ar… e aí… — engoli seco. — Eu queria você comigo. Queria você vivo. E então…
Meus dedos se fecharam involuntariamente, lembrando a sensação do mom