Nas fronteiras devastadas de Kovenska, onde a guerra não dava trégua, Lívia se movia entre os feridos, com as roupas encharcadas de sangue e o rosto suado de exaustão.
Só conseguiu respirar um pouco quando a equipe médica de reforço chegou para fazer a troca de turno.
Sentou-se sobre uma velha caixa de munição coberta de poeira. Massageava as panturrilhas doloridas enquanto observava, em silêncio, a fumaça que ainda pairava no horizonte.
Depois de sair de Altoréu, a ideia inicial era continuar os estudos.
Mas os traumas que carregava a tinham mergulhado numa depressão profunda.
À noite, sonhava com as violências que sofrera, acordava chorando e perdia tufos de cabelo.
Foi nessa fase que conheceu a “Ação Aurora”. Sem pensar duas vezes, se alistou.
Nos meses seguintes, passou a se deslocar com o grupo por diferentes zonas de conflito.
Era exaustivo. Mas a rotina intensa e o caos ao redor ajudavam a manter a mente ocupada. E assim, as memórias dolorosas foram ficando para trás.
— Lili! Te