Otávio manteve Lívia em cativeiro.
Na imensidão da mansão, os pulsos e tornozelos dela estavam presos por correntes de ferro geladas. A cada movimento, por menor que fosse, o som metálico ecoava com clareza.
Só então ela compreendeu: Otávio era ainda mais assustador do que parecia.
Ele não tinha atravessado zonas de guerra para encontrar ela por amor.
Fizera isso por uma obsessão doentia, por um desejo patético de posse.
— Otávio, o que eu sou pra você, afinal?
Foi na trigésima oitava tentativa de fuga frustrada que Lívia fez essa pergunta.
Otávio acariciava o rosto dela com devoção, os olhos queimando com uma cobiça ardente.
— Você é a pessoa que eu mais amo. — Respondeu ele.
Lívia então sorriu.
E enquanto sorria, as lágrimas escorriam pelo rosto sem parar.
Durante aquele tempo em que ficou presa, Otávio mandava a cozinha preparar pratos elaborados todos os dias. Pilhas de presentes de luxo, que custavam milhões, se acumulavam à frente dela.
Até os empregados passaram a aconselhar:
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