Giulia:
— Eu não consigo, Giulia. Não consigo perder mais ninguém. Não de novo.
O peso das palavras dele atingiu algo profundo em mim, algo que doeu e, ao mesmo tempo, fez tudo parar.
— Matteo…
— Você não entende — ele interrompeu, a voz fervendo de emoção contida. — Carrego isso todos os dias. O rosto da minha mãe. O cheiro do sangue do meu pai. O grito da minha irmã enquanto eles a tiravam de mim... — Sua voz quebrou, e ele passou a mão pelos cabelos, um gesto de puro desespero. — E depois, Alessandro. Me moldando como uma arma. Tirando tudo de mim até que eu não fosse nada além do Falcão.
Eu queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras morreram na minha garganta.
Ele riu, sem humor.
— Você acha que é fácil confiar? Que é fácil sentir? Por anos, eu enterrei tudo. Fechei meu coração, minha alma. E então você apareceu… e trouxe tudo à tona. A dor, a raiva… e algo que eu nem sabia que ainda tinha dentro de mim: esperança.
Ele parou, respirando fundo. Quando falou novamente, sua v