Matteo:
O clique seco do gatilho cortou o ar como um sussurro letal, gelando minha espinha antes que o som ecoasse. A arma de Cora Zhang não era apenas um instrumento de morte, mas um juiz implacável, segurando o destino entre seus dedos finos. O peso daquela pequena ação rasgava o silêncio pesado que pairava sobre nós como uma sombra, esticando cada segundo em um fio prestes a arrebentar.
Meu coração batia tão alto que parecia um tambor anunciando minha própria execução. Cada fibra do meu corpo gritava por ação, mas o medo sussurrava promessas de fracasso. Eu era uma fera encurralada, pronta para atacar, mas acorrentada pela memória de cada erro que me trouxe até aqui.
— Eu deveria ter te matado anos atrás. — A voz dela era um cântico de condenação. — Não cometerei o erro do meu pai.
O nome de Giulia estava trancado na minha garganta. Ela se contorcia ao meu lado, presa no limbo entre a inconsciência e a dor, um fantoche quebrado cuja vida se esvaía a cada segundo. Eu senti o desespe