Rosa:

As luzes suaves do restaurante se misturavam com o brilho das vitrines de Nova Orleans, e eu suspirei, encostando a testa na grande janela da recepção. Meus olhos seguiram um casal que saía, entrelaçando as mãos antes de se perderem na multidão noturna. Eles riam, e, por um instante, senti o eco de uma vida que já não me pertencia.

O Florence estava prestes a fechar. Eu me sentei no banquinho ao lado da recepção, contando os minutos que me separavam de casa. Talvez, com sorte, ninguém mais entrasse.

Foi uma semana longa. Os dias se arrastaram, mas eu não podia negar a satisfação de ver o bistrô cheio, mesmo em tempos de baixa temporada. Os últimos clientes se deliciavam com sobremesas e cafés, enquanto a cozinha encerrava as atividades. Ninguém mais viria. Sabia disso.

Passei a mão devagar pela