Narrado por Sérgio
A confissão de Hellen ecoou no quarto silencioso, mais potente do que qualquer palavra que já tínhamos trocado. “Estou presa a você.” Aquelas sílabas, sussurradas contra meus lábios, desfizeram o último nó de culpa e medo que ainda apertava meu peito. Quando nossa boca se encontrou de novo, não havia mais espaço para o passado, apenas para o desejo urgente e avassalador que explodia entre nós.
O beijo não era mais sobre perdão ou dor; era sobre posse, sobre reconhecimento. Minha língua invadiu sua boca com a fome de um homem que encontrou a fonte no deserto. Um gemido rouco escapou da sua garganta, e ela arrancou minha camisa, as unhas cravando-se nas minhas costas.
— Caralho, Hellen — rosnei, rompendo o vestido dela com uma urgência que beirava o descontrole.
A luz do luar entrava pela janela, prateando os contornos do seu corpo, da curva suave do seu ventre onde nossa filha crescia. Parei por um instante, ofegante, e pude ver nos olhos dela não hesitação, mas uma