Narrado por Hellen
Alistair se tornou presença constante em minha vida. Ele não exigia nada, não fazia perguntas que eu não quisesse responder. Apenas estava ali — compreendendo meus silêncios, respeitando meus limites, arrancando sorrisos meus quando eu acreditava que já não era mais capaz de sorrir.
Não era amor, eu sabia que não era.
Mas era um alívio. Era paz.
Pela primeira vez, eu comecei a pensar que talvez, apenas talvez, houvesse um futuro sem Sérgio.
Um futuro que não me trouxesse medo, dor ou lembranças sufocantes.
Numa tarde fria, caminhávamos pelo jardim da universidade. As folhas secas caíam aos nossos pés quando Alistair segurou minha mão com firmeza e se deteve diante de mim.
Seus olhos azuis, serenos e doces, pareciam ver além das minhas cicatrizes.
— Hellen… — ele disse, com a voz baixa, quase trêmula. — Sei que não tivemos muito tempo. Sei que sua vida tem sido feita de tempestades. Mas eu quero ser o seu abrigo. Quero caminhar com você, cuidar de você… e do