Nayole Akello
Era meu último dia de férias. O sol da manhã deslizava suavemente pelas cortinas do quarto de Simba, banhando tudo com uma luminosidade dourada. A brisa fresca do interior de Malmö trazia consigo o perfume das flores silvestres, um contraste com o aroma marcado de fumaça e concreto que eu amava, mas que também cansava. Arrumar minhas coisas sentia-se como um ritual sagrado: cada peça de roupa cuidadosamente dobrada era uma despedida do que poderia ser um descanso mais longo.
Estava prestes a colocar a última blusa na mala quando ouvi a voz dele, Simba, ecoando pelo corredor.
- Você vai mesmo trabalhar nesse lugar onde ninguém chega?
Virei-me, vendo sua silhueta contra a luz da janela, uma expressão de preocupação cravada em seu rosto.
- Sim, Simba. É o meu trabalho, e já falamos sobre isso.
- Não. Não falamos nada. Você quer fazer isso porque quer ficar perto de outros homens.
A raiva inflamou em meu interior como uma chama voraz. Ele sempre tinha uma maneira de trans