Sentada atrás de sua escrivaninha, Donatella segura um copo de uísque na mão. Seu olhar permanece fixo na janela, perdido em seus próprios pensamentos; sua postura sugere que não há descanso em sua mente. O telefone sobre a mesa vibra e toca, rompendo o silêncio do escritório.
Levando o copo aos lábios, ela toma um pequeno gole e, só então, atende de forma mecânica, sem desviar os olhos do vidro.
—O que aconteceu? —pergunta com voz baixa, mas que nem por isso deixa de ser autoritária.
A resposta do outro lado da linha é clara. O relatório chega em questão de segundos: Nicole foi detida, e as acusações que enfrenta não são nada pequenas.
—Do que estamos falando? —pergunta com genuíno interesse. A resposta não demora a vir, e ela não pode evitar se surpreender —. Desfalque? —questiona, agora com a voz carregada de surpresa. Isso não soa como algo que ela fosse capaz de fazer.
Donatella guarda silêncio por alguns instantes, ouvindo atentamente cada palavra. A ligação termina sem maiores