Alessandro olha os documentos que Angelic lhe estendeu. Ele os pega de forma um tanto brusca e, ao abri-los, começa a revisá-los. No início, seus olhos se movem rapidamente, como se apenas buscasse algo que pudesse refutar as acusações. Mas logo seu olhar se torna cada vez mais fixo. Os números não batem. Há discrepâncias, movimentações estranhas que nem ele, com sua experiência, consegue explicar de imediato. Um suor frio percorre suas costas ao perceber que há algo muito real em tudo aquilo, embora não entenda como.

Sem querer ver mais nada daquilo, ele joga as pastas sobre a mesa com força, espalhando os papéis pela superfície.

— Retire as acusações — ordena, sua voz baixa e firme, a raiva palpável em cada palavra —. Eu vou me encarregar de cobrir o que faltar.

Angelic o observa, os lábios apertados numa linha fina. Sua postura de mulher de negócios imperturbável começa a rachar.

— Você sabe que não posso fazer isso, Alessandro. Há protocolos a seguir. Uma vez que os auditores e as