O carro de Min-ho acelerava pelas ruas escuras, o ronco do motor abafando parcialmente o som do meu choro enquanto eu me encolhia no banco do passageiro. A humilhação no jantar de noivado, as mentiras de Benjamin e Amelia, os seguranças me arrastando para fora, os olhares dos convidados, tudo queimava como uma ferida aberta, latejando em cada lembrança. O gosto amargo da injustiça pesava na minha língua, como se tivesse engolido veneno.
Min-ho, ao volante, mantinha o rosto sério, os olhos fixos na estrada, mas a tensão em seus ombros dizia que ele estava tão furioso quanto Lisa. Suas mãos estavam firmes no volante, os nós dos dedos brancos, e eu sabia que dentro dele um furacão estava pronto para explodir. No ponto no meu ouvido, agora inútil, a voz dele ainda ecoava em minha mente: “Eles vão pagar por isso.”
Chegamos ao meu apartamento, e Min-ho estacionou em silêncio. Ele desligou o motor, mas ficou ali por alguns segundos, respirando fundo, antes de se virar para mim. O olhar dele