Alicia Pamuk
Passei toda a semana evitando Pablo, temendo que ele dissesse algo sobre o que aconteceu com Paul.
Não que ele precisasse de uma explicação, não é como se eu me importasse com o que meu motorista pensa. A única coisa que explicaria meu incômodo é a falta de sanidade.
Agora eu estou batendo o pé no chão do elevador, tentando não me ridicularizar por ter dito boa noite para meu motorista e ele não só ter ignorado, mas ainda debochado.
Eu não consegui formular uma frase para responder sua prepotência.
Nunca hesitei em demitir qualquer funcionário, mas agora teimava em manter o sujeito.
Qual é o meu problema?
É cansaço, apenas isso. A discussão com um dos fornecedores Turcaes me desgastou muito e isso não estava me deixando pensar com exatidão.
Só precisava da minha banheira e de uma taça do meu melhor vinho para relaxar.
Talvez uma barra de chocolate também...
A claridade faz meus olhos arderem, então cubro meu rosto com o travesseiro.
— Que horas são? — pergunto em voz