Hoje é domingo.
O silêncio da casa é quase ensurdecedor. A ausência do Pietro pesa em cada canto, como se a alma dele ainda estivesse aqui, mas, ao mesmo tempo, distante demais para que eu pudesse alcançar. Ele viajou cedo para o México, deixou apenas um bilhete vago, sem muitos detalhes, como se eu não fosse nada além de uma formalidade na vida dele agora.Sento no sofá com uma xícara de chá entre as mãos trêmulas, tentando acalmar essa angústia que parece corroer o pouco de paz que me restava. Mas como ter paz quando tudo desmorona? Depois de tudo que sacrifiquei — minha independência, meus planos, minha dignidade em tantos momentos — agora carrego dentro de mim uma vida, e o medo que me consome é que, quando essa história chegar ao fim, ele queira levar essa criança com ele. E isso… isso eu não suportaria.Sem pensar muito, pego o celular. Meus dedos hesitam por um segundo antes de tocar no nome dela: Dona Rose. A mãe dele. A única pessoa que, tal