O Meu Contrato Com Um CEO
O Meu Contrato Com Um CEO
Por: Campos
2 Melinda Narrando

Ficamos ali no bar por horas, conversando, rindo, dividindo nossas dores e… bebendo, é claro. Até que percebo no relógio do celular: já era bem tarde.

— Acho melhor eu ir pra casa. — murmurei, ajeitando meus cabelos com os dedos.

— Eu também vou. Aceita uma carona? — ele perguntou, com aquele sorriso gentil nos lábios.

— Não precisa, de verdade. Eu moro aqui perto, posso ir a pé mesmo. — respondi, já me levantando.

— Até parece que eu vou deixar a minha mais nova amiga e companheira de bebida ir embora sozinha nesse horário. — ele disse, firme.

— Sério, não quero atrapalhar. Eu chamo um táxi, tá tudo bem. — insisti.

— Você não atrapalha em nada. Mas antes… vem cá, vamos tirar uma foto juntos. Preciso registrar essa noite memorável com a mulher do bar. — ele brincou, tirando o celular do bolso e me puxando para mais perto.

Rimos juntos. Tiramos umas quatro fotos. Me vi sorrindo de verdade pela primeira vez naquele dia.

— Me manda essas fotos? — pedi.

— Claro. Toma, coloca seu número aqui. Salva como “a mulher do bar”, por favor. — ele disse, me entregando o celular desbloqueado.

Digitei meu número, salvei do jeitinho que ele pediu e, antes de devolver, mandei as fotos pra mim pelo W******p.

— Pronto. — falei, devolvendo o aparelho.

— Obrigado. Agora vamos, vou te levar em casa. — ele disse, e dessa vez, não recusei.

Seguimos até o carro dele. O trajeto foi curto — até começar a chover. Uma chuva forte, densa, que nos obrigou a parar o carro um quarteirão antes da minha casa. Ele mal conseguia enxergar a rua.

Olhei pra ele. Ele olhou de volta. E foi como se o mundo lá fora tivesse desaparecido, de repente como se um ímã nos puxasse.

Nos beijamos.

Foi intenso. Um beijo quente, cheio de desejo contido, de raiva, de alívio, de tudo o que eu não sabia que precisava.

As mãos dele encontraram meu corpo e eu, sem resistência, cedi aos seus toques. Ele perguntou, com voz rouca:

— Que tal irmos para um hotel, terminar o que começamos?

Balancei a cabeça.

— Não. Melhor chegarmos a minha casa, é mais confortável.

Ele assentiu e ligou o carro. Poucos minutos depois, estávamos na garagem da minha casa. Abri o portão com o controle, e ele estacionou.

Desci correndo, rindo da chuva que ainda caía, e abri a porta da sala. Ele entrou logo atrás. Fechei a porta, peguei uma toalha e entreguei a ele.

— Tira essa blusa, senão vai acabar pegando um resfriado. Vou preparar algo quente pra gente. — falei, indo em direção à cozinha.

— Se tiver uma bebida, aceito. — ele disse, rindo. Assenti.

Fui até o armário, peguei a garrafa de uísque e dois copos. Coloquei gelo, entreguei um pra ele. Ele serviu ambos e brindamos outra vez — dessa vez, no silêncio confortável da minha sala.

Foi aí que percebi como minhas roupas estavam molhadas. Resolvi tirá-las ali mesmo, sem pensar. No impulso. Esqueci por um segundo que não estava sozinha.

Quando me virei, ele me observava com intensidade.

— Olhando para você assim... me deu uma vontade enorme de te beijar. De passar a noite inteira com você. — ele disse, com um brilho nos olhos que me arrepiou inteira.

Senti meu coração acelerar. Um arrepio percorreu meu corpo molhado.

— Então… por que não fica? Está chovendo horrores lá fora. E quanto ao beijo… também quero. — murmurei, nossos rostos perigosamente próximos.

Ele não hesitou. Me beijou.

Foi um beijo lento no começo. Depois, foi ganhando força, urgência, desejo. As mãos dele sabiam exatamente onde tocar, como explorar. Eu não lembrava da última vez que alguém tinha me feito sentir daquele jeito.

Naquela noite, não existia passado. Não existia dor. Só existia aquele momento. Aquela conexão. Aquela fuga intensa entre dois desconhecidos marcados por decepções... mas que, por uma noite, encontraram um pouco de alívio um no outro.

O calor entre nós era impossível de ignorar. O cheiro da chuva ainda pairava no ar, e nossos corpos, ainda úmidos, se aproximavam com uma fome contida. Os beijos que trocávamos eram lentos no começo, como se um estivesse tentando entender o ritmo do outro, mas logo a urgência tomou conta — a urgência de esquecer, de se sentir vivo, de ser desejada.

Foi quando ele começou a percorrer meu corpo com suas mãos firmes e cuidadosas, e eu senti meu coração disparar. Minha respiração ficou mais pesada. Estávamos ali, prontos para algo que nem sabíamos onde daria... mas eu sabia que era especial. Até que, de repente, eu travei. Me afastei levemente e o encarei.

— Ei... espera. — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.

Ele parou na hora, me olhando com preocupação.

— Eu fiz alguma coisa errada? — perguntou com gentileza.

Respirei fundo. O coração batendo mais forte do que antes.

— Não... o problema é que nunca me entreguei a alguém antes… Sou virgem. — confessei, com um pouco de vergonha no olhar. — Eu estava guardando esse momento para alguém que achei que fosse certo. Mas essa noite... tudo saiu do controle. Eu ia me entregar para ele hoje…

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, apenas me olhando. Mas não era um olhar de julgamento. Era calmo, profundo... e cheio de respeito.

— Se quiser... a gente pode parar. De verdade. — ele disse com a voz baixa, firme e atenta a cada reação minha.

Balancei a cabeça.

— Não. Eu quero continuar. Pela primeira vez em muito tempo... eu quero fazer algo por mim. Mesmo que esteja tudo fora do que imaginei, eu quero isso agora. Com você. Só... só vai com calma.

Ele sorriu de leve, e foi como um alívio.

— Eu prometo. A gente vai no seu tempo.

Deitamos sobre os lençóis macios, e ele me beijou outra vez — dessa vez mais devagar, como se me redescobrisse. Cada toque dele parecia pensado, gentil, sem pressa. Ele me fez sentir segura, respeitada... desejada.

Enquanto a noite avançava, a dor e a raiva que tinham me sufocado horas antes foram se diluindo no calor daquele momento. E quando finalmente adormeci, foi com a cabeça sobre seu peito e o som suave da chuva ao fundo. Pela primeira vez em muito tempo, dormi em paz.

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