Em poucas semanas de aula, um feriadão se estendia pela cidade. Vi nele a oportunidade perfeita para visitar meu pai. Enquanto isso, Ana Liz não parava de me enviar mensagens dizendo que estava com saudade. Eu, por minha vez, queria fugir da tensão que havia marcado o início das aulas.
Peguei uma supervisora exigente, pensei, lembrando da mulher que parecia sentir prazer em competir com os estagiários, além de ter sido designada para um estágio no “Complexo do Alemão”, uma comunidade violenta que ninguém queria encarar.
Decidi que quatro dias seriam tempo suficiente para ficar longe de tudo. Arrumei minha bagagem com pressa, sem dar nenhuma satisfação a Ana Liz. Queria surpreendê-la, mas, ao mesmo tempo, sentia-me acolhida e amada. Havia dentro de mim um desejo insaciável de saber sobre ele —, mesmo sem poder perguntar diretamente, nem a meu pai, nem à minha madrasta, ainda que mal o visse.
Entrei no ônibus, os pensamentos fervilhando, tentando disfarçar a incerteza. Durante as horas