Era como negar pra mim mesmo.
Como fugir de algo que, no fundo, eu já sabia que estava ali.
Em todas aquelas noites vazias, nas mulheres que eu tocava sem vontade, sem conexão — era ela que eu procurava.
Maria Vitória.
Estava sexy.
Deliciosamente provocante naquela peça íntima preta, mínima, que mal cobria suas curvas.
E por mais que eu fosse um cirurgião acostumado a corpos moldados à perfeição, nenhum deles me atraía como o dela.
Natural.
Instintivo.
Brutalmente lindo.
— Alexandre, por favor, pare — ela pediu, com a voz firme, ainda que a respiração denunciasse o efeito que eu causava.
Acariciei o tecido fino, sentindo o calor da sua pele por baixo.
Mas eu não teria coragem de prosseguir.
Não sem seu consentimento.
Não com ela me pedindo pra parar.
— Te fiz... — pigarreei, com o nó na garganta me sufocando.
O que eu estava fazendo?
No quarto de Maria Vitória.
Na casa de Heitor.
Ela se afastou, fria.
Olhar duro, braços cruzados.
— Eu não te devo explicação alguma, Alexa