A manhã chegava ao fim, quando cheguei ao refeitório.
Maria Vitória estava simplesmente encantadora. Sua pele brilhava, os olhos também, e embora eu soubesse que a razão de tudo aquilo fosse o seu pai, eu mal conseguia controlar a minha mente.
A filha do meu melhor amigo era o meu desejo mais inapropriado.
Ela se engasgou com a possibilidade de me acompanhar nas cirurgias, tossindo e bebendo água, lutando contra o medo — e, talvez, contra o temor de ficarmos a sós.
Eu nunca ultrapassaria os meus limites. Na minha mente, eles deveriam estar bem estabelecidos.
— Hoje não. É o primeiro dia dela aqui. Cedo demais para ver sangue. — Poderia ser traumatizante para Maria Vitória.
Ela assentiu, embora eu desconfiasse que seus medos fossem outros. A fragilidade exposta me agradava. Eu não queria obscenidades, e ela também não parecia querer.
Pelo menos, era isso que seu jeito transparecia.
— Como preferir. Se você acha melhor protegê-la, o que não nos faltará são dias pela frente para explorar