O expediente seguia normalmente, mas algo estava diferente. O Sr. Gustavo, sempre educado e profissional, parecia… estranho.
Durante a manhã, peguei-me algumas vezes sendo observada por ele. Não de forma invasiva, mas com um olhar que se prolongava um pouco mais do que o habitual. Como se ele quisesse dizer algo, mas hesitasse.
Enquanto organizava um relatório, ouvi sua voz interromper o silêncio:
— Hanna…
Levantei o olhar. Ele parecia nervoso.
— Sim?
Ele pigarreou e passou a mão pela nuca, como se estivesse reunindo coragem.
— Você já almoçou?
— Ainda não.
— Quer almoçar comigo hoje?
Fiquei surpresa com o convite. Sempre almoçávamos em grupo ou com Sophie, mas, naquele dia, ela estava atolada de trabalho e disse que ficaria no escritório.
— Claro — respondi, sem pensar muito.
Afinal, era só um almoço.
O restaurante era discreto e elegante, com uma vista bonita da cidade. Sentamos em uma mesa perto da janela, e, enquanto eu analisava o cardápio, percebi que o Sr. Gustavo estava inquie