Naquela manhã, o som insistente de batidas na porta me tirou dos devaneios enquanto terminava de prender o cabelo em um coque desajeitado. Ainda vestida com minha camisola de cetim, fui até a porta e a abri, encontrando um garoto de uns dez anos segurando um envelope.
— Para a senhorita Hanna — disse ele, me entregando a carta com um sorriso curioso antes de sair correndo.
Fiquei parada por um instante, sentindo meu coração acelerar. Fechei a porta e deslizei os dedos sobre o papel. A caligrafia elegante no envelope já denunciava o remetente.
"Senhorita Choi", dizia no topo da carta.
*"Espero que minha ausência não esteja tornando sua rotina entediante. O escritório deve estar sem graça sem alguém para te provocar, e imagino que o Sr. Gustavo tenha ocupado meu lugar no seu refeitório favorito. Injusto.
A semana será longa, mas quero que lembre de mim em cada pequeno detalhe do seu dia. Afinal, seria egoísmo da minha parte deixar você me esquecer, não acha?
Cuide-se. Mas não muito. Eu