Capítulo 22
Dante
Ela invadiu meu espaço como se sempre tivesse pertencido a ele.
Eu estava revendo arquivos, tentando traçar o próximo movimento, quando ouvi a porta do meu quarto bater. E ali estava ela — os olhos queimando, o rosto pálido, mas a postura firme. Luna estava mudando. E, talvez, isso fosse o que mais me assustava.
— Você sabia — ela disse, a voz carregada. — Sabia que ele matou sua irmã. E não me disse nada.
A dor estava ali, evidente demais pra esconder. Suspirei, sentindo a tensão atravessar meu peito como um ferro quente.
— Não é o tipo de coisa que se compartilha com alguém que ainda está decidindo de que lado quer ficar.
Ela se aproximou, os passos curtos e decididos. — Eu escolhi, Dante. No momento em que te salvei. No momento em que vi Chiara no chão e não fugi. E você ainda me trata como uma peça descartável.
Me levantei devagar.
— Eu trato você como alguém que pode morrer a qualquer momento por estar ao meu lado. Não é proteção, Luna. É sobrevivência.
Ela me