A cozinha da mansão estava quente e acolhedora naquela noite, com o cheiro de ervas frescas pairando no ar. Clarissa picava tomates com movimentos rápidos e precisos, enquanto o molho fervia suavemente na panela atrás dela. A luz amarela pendurada sobre a bancada criava sombras suaves nas paredes, dando ao ambiente uma tranquilidade que parecia impossível dentro da casa de um fora da lei.

Morandi entrou em silêncio, como sempre fazia. Seus passos eram leves demais para um homem do seu tamanho, e Clarissa virou apenas o rosto, sem se assustar.

- Finalmente decidiu aparecer - ela disse, meio rindo. - Achei que ia passar a noite lá embaixo com os rapazes.

- Precisava de um ar - Morandi respondeu, puxando uma cadeira e se sentando perto da bancada de mármore. Ele apoiou os antebraços na mesa e observou o trabalho dela com atenção silenciosa. - E também queria saber como estão as coisas por aqui.

- As coisas por aqui são sempre as mesmas - respondeu Clarissa, colocando os tomates picados em