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02. Proteção a Testemunha

O sangue de Sofia gelou . Suava frio , estava gelada . Ainda tentava entender tudo aquilo que estava acontecendo diante de seus olhos . 

- O que ? O que está tentando me dizer ? Eu vou morrer ? Aquele bandido vai me matar também ?

O delegado Joaquim  se levantou, com um semblante sério.

-  Vamos precisar te colocar sob proteção. Ninguém pode saber que você esteve aqui.

-  Mas... e minha carreira ? Meu trabalho ,  meus amigos . Eu tenho uma vida lá fora . 

-  É pela sua vida que eu estou te dizendo que vamos ter que colocá-la sob proteção . Você precisa me ouvir com atenção! Fique calma . 

- Como é que eu vou ficar calma? Não me peça para ficar calma .

- Esqueça sua carreira , seu trabalho , esqueça tudo ! Sua vida corre perigo ! Você precisa sumir por um tempo!

Antes que Sofia pudesse responder  ou falar alguma coisa , um barulho de pneus cantando ecoou lá fora.  Um policial olhou pela janela . Um carro preto tinha acabado de parar em frente a delegacia

- Caramba ..... já é tarde demais - murmurou o policial .

De dentro do carro preto , alguém atirou . O vidro da janela estilhaçou-se . O tiro atingiu a parede atrás de Sofia. 

Ela gritou e se jogou no chão.

O policial sacou a arma , tentando reagir, mas  o ataque era rápido , preciso , quase militar . Eles não estavam lidando com amadores . 

-  Sai! - ele gritou. - Corre!

Sofia se levantou e correu pelos corredores da delegacia. Os sons de tiros e gritos ecoavam.

Empurrou uma porta lateral e saiu para o beco.

A chuva voltara, grossa, Sofia tinha que correr , tomando cuidado para não escorregar.

No fim do beco, um homem a esperava.

Era ele. Matteo DeLuca. O mafioso.

O mesmo olhar frio, o mesmo terno escuro, agora encharcado pela chuva.

A arma ainda em sua mão.

Sofia congelou.

- Coragem não te falta, garota. Fugir de mim não é algo que muitos tentam duas vezes. - Disse Matteo com tom de ameaça .

- O que você quer ? Por que está fazendo isso ?

- Porque você estava no lugar errado e na hora errada .

- Eu não vou contar nada ! Juro ! 

- O problema , é que eu não acredito em promessas .

Ele deu um passo à frente.

Sofia recuou até encostar as costas na parede fria. O medo a fez soluçar, mas seus olhos continuavam fixos nos olhos dele. O coração de Sofia tinha disparado , parecia que ia pular para fora . 

Neste momento  , um outro carro se aproximou . Os faróis iluminando o beco . Um dos capangas abriu a porta.

-  Chefe, a polícia está vindo!

Matteo desviou o olhar por um segundo. Foi o suficiente.

Sofia correu.

Correu como se a própria vida fosse uma dança de fuga. Os pés batiam nas poças de água, a chuva apagava suas lágrimas. Sofia corria desesperada  como se não houvesse amanhã.

Atrás dela, Matteo observava, imóvel.

- Deixa ela ir - disse Matteo. 

- Chefe? - o capanga o encarou , confuso.

- Eu disse : deixa ela ir 

- Sim , Senhor  . Entra logo no carro , não podemos perder tempo aqui.

E foram  .  

Mas a conversa dentro do carro , já parecia ter começado . 

- Chefe , eu recebi ordens de levar o Senhor para casa em segurança . Está tudo bem ?

- Estou bem sim , fica tranquilo . Mas estou cansado . Me leva logo para casa.

- Sim , Chefe.

Horas depois , em seu apartamento, no alto de um edifício, Matteo observava a cidade pela janela . Como de costume  , estava se tranquilizando com um copo de uísque.

O relógio marcava duas horas da manhã . O copo de uísque refletia a luz da lua . 

Morandi , seu braço direito, entrou em silêncio .

- Com licença , Chefe. Quer que eu encontre a garota?

Matter girou o copo entre os dedos . Pensativo . 

- Descubra onde ela está . Não façam nada , e me contem depois. 

- Não seria melhor a gente se livrar dela ? Ela pode dar com a língua nos dentes . 

- Não.

- Mas ela te viu  , Matteo.

- Eu sei  . 

- Então por que ...

Matteo virou-se lentamente . Seus olhos estavam brilhando , indecifráveis.

- Porque ela me olhou.... e por um segundo  , eu me vi nela .

Morandi  estreitou os olhos.

- Isso não é bom , Chefe . Cuidado para não se arriscar . Ela pode entregar o Senhor.

Matteo sorriu , com frieza .

- Ninguém precisa saber  . Eu sei cuidar de mim  . Agora faça o que eu mandei .

- Sim , Senhor  . 

- Antes de sair , ligue a TV . Quero relaxar um pouco. - Disse Matteo deitando-se no sofá . 

Morandi ligou a TV . Os dois levaram um susto  . No TeleJornal da madrugada , Sofia estava dando entrevista na porta de um hotel no centro da cidade . 

Sabe-se lá como , os jornalistas descobriram que ela estava lá . Mas Matteo e Morandi tinham um palpite.

- Quase ninguém lembra que esse hotel existe, Chefe. 

- Com certeza o Gerente a reconheceu e chamou os jornalistas . Assim , acaba atraindo movimento para o hotel . - Disse Matteo com um sorriso  de canto de boca. 

- O Senhor precisa de mais alguma coisa?

- Vá dormir . A noite foi muito longa . Agora eu já sei onde ela está. 

- Sim, Senhor . Boa noite, Chefe.

- Boa noite , Morandi .

Lá fora, a chuva continuava caindo.

 Em um pequeno quarto de hotel, Sofia abraçada no travasseiro , ainda estava nervosa . Em minutos , sua vida estava de cabeça para baixo . Em sua  mente o olhar daquele homem a perturbava , a fazia chorar de tanto nervoso.

 Cada vez que fechava os olhos, via o mesmo rosto.

E o mesmo som de voz grave ecoava em sua memória  "Você não viu nada."

Seria possível fugir dele? O Delegado já tinha deixado bem claro , que Matteo não ia deixá-la viva . 

O que fazer?

- Eu não vou poder ficar aqui para sempre . Mas para onde eu vou? Eu não consigo pensar em nada . Será que eu devo falar com a polícia de novo? Será que eu posso mesmo confiar na polícia?

Inesperadamente , o telefone toca  . Sofia estava tão nervosa , que só de olhar para o telefone ao lado da cama , começou a tremer de novo .  Como se o telefone fosse atacá-la . 

- Deve ser o Gerente avisando que tem jornalista de novo aí na frente  . Vou atender e dizer que não quero falar com ninguém . Na verdade , eu já me arrependi de ter dado aquela entrevista . Acabei  me expondo sem necessidade nenhuma. 

E foi isso que Sofia fez. Atendeu o telefone .

Do outro lado , uma voz rouca e familiar sussurra : 

- Espero que esteja confortável , bailarina.... acabei de te ver na TV  .

Sofia ficou sem ar,  parecia que ia desmaiar . Nem respondeu , nem falou nada. 

- Lembra de mim? 

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