Mikhail moveu-se em direção à área cirúrgica com determinação feroz, mas ao chegar parou abruptamente sua cadeira de rodas. A fúria queimou em seu peito quando ele ouviu os murmúrios desdenhosos dos médicos presentes e suas mãos apertaram os braços da cadeira.
—Não é ridículo que tenham reduzido a mesa de operação? “Outro cirurgião não poderá usá-lo”, disse um dos médicos com sarcasmo mordaz.
—Ridículo é ter que se abaixar àquela altura. Aqui ele é o paralítico, não nós. Não entendo por que ele me pediu para fazer parte de sua equipe. “Eu teria preferido que ele não o fizesse”, protestou outro com evidente frustração.
—É isso que estou dizendo. Como vou fazer essa operação com ele? Eu vou ficar desconfortável. Como o famoso cirurgião vai me ensinar? — O terceiro fez citações com os dedos molhados, provocando risadas nervosas entre os colegas.
—Imagine, vamos sair com dores nas costas. “Pobres de nós”, disse o mesmo homem novamente com uma voz queixosa.
“Morador, pare de reclamar e apr