ABNER
O medo era grande, estava num lugar deserto, com a minha filha de quatro anos nos meus braços, aquele carro ali, do nada.
Mas, o choro, sim, era de uma mulher.
— Papai vamos ajuda, ela precisa.
— Silencio Mabel, não sabemos quem é.
— É uma donzela em perigo, papai, igual nas histórias, seja o herói dela, vamos.
Ela desceu do meu colo e saiu correndo, comigo atrás.
— QUE ÓTIMA DONA DE OFICINA VOCÊ É INGRID, SUA IDOTA; POR ISSO, ESTÁ ASSIM, ABANDONADA, SEM NINGUÉM. -A moça gritava, e chorava enquanto segurava a mão.
— CALMO VAMOS AJUDAR-TE! -Mabel já chegou gritando.
A moça, olhou para minha filha, de uma forma doce, era um moça muito bonita, mesmo com o rosto banhado em lágrimas, a sua beleza estava ali, e não parecia assustada com a nossa presença.
— Oi pequena, eu sou a Ingrid, vocês vieram de onde? Estão perdidos?
Ela falou calma, olhando para nos.
— Boa noite! O meu nome e Abner, essa é a minha filha Mabel. Estávamos num ónibus que quebrou, mas tudo virou uma bagunça, briga,