O quarto estava mais silencioso. A febre da menina havia baixado, e agora ela apenas repousava com a cabeça encostada na barriga de Beatriz, ouvindo os leves ruídos dos bebês se mexendo por dentro daquele ventre redondo.
— Ei... — murmurou a menina, com a voz já mais calma. — Se eu não lembro meu nome... como é que eu vou saber quem eu sou?
Beatriz sorriu e passou a mão nos cabelos dela, enrolando um dos cachinhos entre os dedos.
— A gente pode criar um nome novo pra você. Quer?
A menina ergueu os olhos, ainda tímida.
— Pode isso?
— Pode. O nome é o que a gente leva no coração. E você tá renascendo agora. Então merece um nome novo. Um nome bonito.
Ela a encarou por alguns segundos, como se estivesse desenhando sua imagem com os olhos. Depois, disse com convicção:
— Já sei.
— Já? — a menina riu baixinho, surpresa.
— Já. Seu nome vai ser Linda.
A menina arregalou os olhos e bal