O clima era de tensão disfarçada sob o verniz de um lugar seguro. A sala ampla da Central de Proteção parecia mais acolhedora naquela manhã. Flores frescas enfeitavam o aparador, os agentes se mantinham discretos, e a luz que entrava pelas janelas criava um ar de normalidade quase forçada.
Mas o coração de Dani batia como se quisesse sair pela boca.
John caminhava de um lado para o outro, olhando para a porta ansiosamente. Foi quando ela se abriu.
Ellen e Bella entraram com passos pequenos e cuidadosos, trazidas pela equipe que as buscara no interior. As duas usavam vestidinhos florais e estavam com os cabelos loiros escovados, presos em tranças delicadas. Os olhos azuis, tão parecidos com os de John, brilhavam — mas não de alegria. Era confusão. Era medo disfarçado. Era intuição infantil de que algo grande estava por vir.
— Mamãe! — Ellen correu e se jogou nos braços de Dani.
— Papai! — Bella fez o mesmo com John, que a levantou no