O ar estava denso. O silêncio tenso foi quebrado quando o ministro da Justiça — um homem de meia-idade, olhar glacial — se inclinou para frente.
— Nós temos que controlar a narrativa. Se não controlarmos a narrativa... estamos todos perdidos.Sua voz soava fria, mas não tão segura quanto queria aparentar.O senador riu com desdém.— Controle? Controle? — ele bateu com a palma da mão na mesa. — Você esqueceu quem você é, ministro? Ou esqueceu que você mesmo está metido até o pescoço nisso?O ministro ficou lívido.— Cuidado com o tom, senador.O senador se levantou.— Cuidado, você!Chame logo a mater famigerada, a mãe da Dani.Ela está nessa até o último fio de cabelo. Sempre foi. Foi ela quem moldou a filha para o "negócio".E foi ela quem nos apresentou a menina. Foi ela quem nos vendeu aquela criança. NOS VENDEU!O ambiente ficou gélido.Um deputado engoliu seco.O senad