Nos dias que se seguiram, Beatriz manteve o olhar calmo, os gestos suaves e o coração firme, mesmo diante da angústia que tentava lhe tomar os sentidos.
Ela lia os livros como se fossem mantos de proteção. Cada página virava com um cuidado sagrado — mas era entre elas que o verdadeiro plano ganhava força.
A mulher de olhos tristes, identificada apenas como M., trazia sempre um novo exemplar da estante antiga da biblioteca da fazenda. E, com eles, vinham os bilhetes. Pequenos. Escritos à mão. Com cuidado.
Naquela tarde, ao abrir o livro de capa azul, Beatriz leu:
“Estamos em uma fazenda. Não sei a localização exata. Mas não deve ser muito longe de onde você foi sequestrada. Chegamos aqui após cerca de 3 horas de carro. — M.”
Beatriz respirou fundo. Seus olhos marejaram, mas não deixou escapar nenhuma lágrima. Sentou-se na ponta da cama e, na parte que a câmera não alcançava, pegou a caneta escondida na lombada interna e respondeu: