Antes de iniciar a higienização das cinco meninas que seriam preparadas para a partida no dia seguinte, Mari foi até a cozinha improvisada nos fundos do galpão e começou a preparar, com zelo incomum, o alimento de Beatriz e Linda. Separou os ingredientes, temperou com cuidado, aqueceu com paciência. O aroma suave contrastava com a tensão silenciosa que pairava no ar.
Ela colocou as porções em duas pequenas tigelas de inox e, antes de fechar a tampa do prato destinado à Beatriz, deslizou discretamente um bilhete dobrado e o escondeu sob a base. Nele, com caligrafia discreta, estava escrito:
“Hoje a comida foi preparada com gosto. Tudo foi feito por mim. Espero que você goste. Em breve… a sobremesa será servida.”
Com as palavras escolhidas, Mari sabia que Beatriz entenderia.
Caminhou até o quarto abafado onde as duas estavam. Bateu de leve na porta antes de entrar.
— Trouxe o almoço de vocês. Hoje fui eu que preparei tudo — disse