Clara refrescou o rosto com as mãos trêmulas, tentando conter o pânico que lhe queimava o estômago.
A sala estava silenciosa, exceto pelas notificações insistentes pipocando no celular sobre a “treta do ano”, como os portais de fofoca estavam chamando o escândalo.— Achei que essa maldita cidade não tinha paparazzi! — resmungava, andando de um lado para o outro com o celular nas mãos.
Ela acreditou, com toda a convicção do seu ego, que o público a defenderia. Que veriam a cena com Hugo como um caso clássico de violência doméstica.
Que diriam “coitada da Clara” e cancelariam o homem que a empurrou porta afora. Mas a internet não era feita apenas de empatia — era feita de memória.
Vídeos antigos vieram à tona tão rápido quanto foram esquecidos. A “fuga