P.D.V de Ivy
A canção escapava entre os lábios de Kayla como um lamento preso entre dois mundos — o humano e o selvagem. Sua voz soava enfraquecida, baixa, apenas um sussurro. Palavras ancestrais ecoavam como se invocasse os espíritos daqueles que também sofreram antes dela:
"Thur’kai vor’darak ul’karnath.
Nael’shur ven’shara, kai’tor ver’mirak.
Dor’mak ul’vren thar’nael’tar.
Sha’la Lupa nu’darak, nu’valen.
Kael’ven dral’kai, ul’vaethar’nor."
"Meu vínculo foi profanado com violência
Minha alma foi quebrada como vidro antigo.
Nosso destino perdido em terras esquecidas.
Mas a loba não se rende, não se curva
Ela vencerá, mesmo marcada pela dor."
Um arrepio me percorreu.
A língua garou não era feita para ouvidos suaves. Cada sílaba tinha peso, pulsava com energia viva, bruta, espiritual. Meu lobo sentiu — e respondeu com um silêncio reverente.
Enquanto ela cantava isso, seu corpo ainda se contraía levemente, como se ainda estivesse em dor, mas porque, era como se a marca da traição não es