O Irmão do Meu Marido
O Irmão do Meu Marido
Por: GioLupe
Capítulo 1

Olá, o meu nome é Julie, e eu sou esposa de um soldado americano.

Eu gosto de me apresentar assim, mesmo que esse título tenha sido imposto a mim a muito e muito tempo, sem que eu quisesse, sem que eu tivesse a chance de recusá-lo.

Eu não escolhi ser a esposa dele, eu não escolhi estar sozinha a tanto tempo eu não escolhi desde muito nova entrar nesse estado.

Mas preciso antes falar um pouco de mim e de como aconteceu toda essa história, de como as coisas do nada viraram para o mais profundo vazio.

Eu tinha dezenove anos, um casamento recém adquirido com um homem lindo de olhos azuis, cabelo curto e loiro e o porte físico que dava inveja a todas as minhas outras amigas.

Eu conheci o Luke da forma mais clichê possível e após tanto tempo sem ser a droga da rainha do baile finalmente alguém me enxergou.

“Você é Julie, não é? Prazer eu sou Luke”

Disse ele que era o homem dos meus sonhos desde que eu estava no jardim da infância. O meu coração se desesperou e quase saiu pela minha boca, era terrível a sensação de ser esmagada pelo meu próprio nervosismo.

“Oi, sim eu sou...”

Era para eu dizer “Eu sou Julie, e eu sonho com você desde que somos mais novos”

Mas não, eu permaneci imóvel olhando para o rosto dele.

“Você quer uma bebida ou coisa parecida? Sabe, quero muito conhecer você melhor”

Ele queria.

E ele me conheceu melhor, me conheceu de todas as formas que um ser humano podia conhecer o outro, ele me colocou nas nuvens e me colocou em um pedestal impossível de eu descer, ele beijou a minha boca com a boca dele que tinha gosto de mentos e às vezes de uísque.

“Eu te amo tanto Julie, tanto mesmo que eu queimaria o mundo inteiro por você”

Ele disse após o nosso invejado casamento em uma cidade pequena, eu estava vestida como uma princesa, falava como uma princesa e tinha os devaneios que uma princesa tem.

Mas nada é fácil e três meses depois a realidade caiu em meu colo.

“Eu não vou aceitar isso Luke, você ficou maluco?”

Eu disse aos prantos com uma carta nas mãos, eu considerava aquela carta uma sentença de morte, enxergava aquilo como uma coisa que deveria ser combatida com todas as forças.

“Eu fui convocado, eu não escolhi passar por isso, não escolhi essa vida e não posso dizer não ao meu país Julie”

“Você pode então dizer um grande dane-se para o nosso casamento, nossa casa, nossa vida? O que eu faço quando eu tiver que enterrar você Luke?”

Eu estava tão indignada que o ar estava faltando, o meu coração estava batendo forte demais para ser contido e dentro de mim todas as coisas se confundiam, não dava mais para voltar atrás, não dava mais para dizer não, ele não podia ser um traidor só porque eu estava morrendo de medo.

“ Ei, Julie, olha para mim”

Ele segurou o meu rosto e limpou as minhas lágrimas uma a uma, me ofereceu o mesmo sorriso que me ofereceu no dia que nos conhecemos, o sorriso que inflamava o meu coração.

“Eu jamais vou abandonar você, eu sou egoísta demais para morrer e deixar você livre para outro cara, acredite em mim, eu vou voltar, nem que seja das profundezas do inferno, apenas para beijar a sua boca de novo, para olhar os seus olhos verdes enquanto fazemos amor, para ouvir você reclamar das botas que eu nunca lembro de deixar para fora da nossa casa, eu vou voltar Julie, eu vou voltar para você meu amor”

Ele me abraçou forte, mas o abraço não me dizia nada, o amor eu já sabia que existia, mas ele não podia prometer que ia voltar, não podia prometer que iria me proteger de ter que enterrá-lo mais cedo ou mais tarde.

Crescemos nesse frenesi da guerra, onde não sabíamos como os parentes alistados voltariam, e mesmo que eu tivesse soldados na minha família, não era tão próxima para sentir como eu estava sentindo pelo meu marido.

Luke era tudo para mim.

Eu me deitei aquele dia a base de remédios, eu ouvi Luke andando pela casa, sussurrando algumas orações bem baixinho torcendo para eu não escutar, ele assim como eu, estava perturbado, mas achava fraqueza demonstrar isso.

 Eu me levantei e o abracei enquanto ele olhava a paisagem pela janela do nosso quarto.

“O que faz acordada? É madrugada”

Ele disse com uma voz meio sonolenta.

“Você está com medo amor?”

Eu disse baixinho, eu estava com medo de dizer aquelas palavras em voz alta, não queria deixá-lo ainda pior.

“Estou morrendo de medo Julie, tenho medo de nunca mais ver você, eu sei que prometi que volto, mas a guerra está tão feia, tão...”

Ele não terminou a frase, eu conseguia sentir o coração dele batendo forte demais para ser contido, e eu não estava fazendo nada importante para fazê-lo se sentir melhor, em grande parte por que eu também não sabia o que fazer.

“Eu não consigo esconder o meu desespero Luke, eu, simplesmente não posso perder você, não posso perder o que nós temos aqui”

“Eu sei como você se sente, mas eu não posso te ajudar, por que nem eu estou me ajudando nesse momento, setembro vai chegar bem rápido, e logo eu vou ter que partir. Mas existem alguns arranjos que preciso fazer antes de ir, preciso arrumar a m*****a calha que eu nunca arrumei”

Ele sorriu melancólico olhando para mim, e eu senti tudo se quebrar por dentro, eu não sabia se era bem uma despedida, eu só sabia que eu tinha que aceitar, mesmo que fosse terrível.

Eu me deitei ao lado de Luke e toquei levemente o seu corpo, eu tinha tanta necessidade de estar com ele, meu corpo todo queimava pelas reações que ele tinha, o seu olhar flamejava e as mãos dele permaneciam segurando a minha bunda com força.

“Eu te quero tanto Julie, te quero para sempre”

“Eu daria tudo para você não ir embora Luke”

A língua dele passeando pela minha boca me fazia delirar, o aperto forte de seu abraço em volta da minha boca me fazia pensar em coisas proibidas, me fazia chegar a lugares obscuros dentro de mim, Luke sempre teve o dom de exorcizar os meus demônios e os meus devaneios só com o sabor da sua língua.

Luke tinha um jeito especial de me olhar, uma forma especial de encostar o seu rosto no meu e de se colocar em cima de mim, o ritmo frenético deixava a minha respiração ofegante combinando com a respiração dele, combinava com a forma como ele passava a língua pelo meu corpo, como me preenchia dele, como me chupava sem pena nenhuma dos meus gemidos que saiam entre os meus dentes.

“Eu vou te foder até amanhã” – disse ele me olhando nos olhos, aquela promessa sim ele iria cumprir, aquilo sim era real, eu conseguia sentir o tesão escorrendo pelo meio das minhas pernas cada vez que ele me fodia um pouco mais forte, toda vez que ele me enfiava os dedos em mim.

“Eu vou sentir falta disso” – eu disse entre os dentes tentando lidar com minha cabeça que queimava, queimava como todo o meu corpo também nas mãos dele, na ponta da língua dele.

Ele me deixava louca, de tantas maneiras que eu não conseguia nem contar.

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