Violeta
O vento frio sussurrava histórias antigas enquanto eu e Manuela nos sentávamos do lado de fora, aproveitando o café em meio à atmosfera gelada, mas agradável. A área externa permitia que vislumbrássemos o nevoeiro que as ondas agitadas criavam ao longe, enquanto o céu nublado mantinha o clima seco. Cada gole de café trazia um calor reconfortante que contrastava com a brisa fresca que dançava nas nossas costas.
Manuela, ao meu lado, estava pensativa, a suas olheiras denunciavam uma madrugada sem descanso, assim como a minha. O chá aquecido escorria pela minha garganta, um esforço para afastar o frio que penetrava até os ossos. O meu coração apertava ao lembrar de Pietro, da minha mãe, do meu pai cuja voz não ouvia há tempos.
O croissant quebradiço desfazia-se na minha boca, evocando memórias de manhãs quentes em família, mesmo quando o frio lá fora era implacável. Tínhamos um ao outro, tínhamos tudo.
As minhas ambições e desejos eram simples; desejava apenas ter a