Ítalo
Existem acontecimentos que, se acaso se repetirem duas vezes, podemos chamar de milagre, o que foi o caso da minha embriaguez.
Nunca em todo o meu histórico, desde que comecei a ingerir álcool, fiquei inconsciente como ontem, exceto na primeira vez em que bebi.
Levanto os meus braços, que parecem ter uma tonelada em cada lado, e as minhas mãos não ajudam com o seu tamanho ao serem elevadas até a minha cabeça.
Coço a região incapaz de encarar a claridade que já raiava lá fora, transmitindo a sua luz pela janela. Esforço a minha mão para ir até o lado da cama, enfim, quando não sinto o corpo de Violeta, como se tivessem vida própria, os meus olhos abrem, sentindo toda a ardência que a branquitude do amanhecer traz.
Com muito esforço, consigo concluir um banho e vestir-me para começar o meu dia. Sei que ainda estou no meu horário, pois, independentemente de como eu durmo na noite anterior, o meu relógio biológico sempre funciona.
Deixo um beijo no meu filho, e noto