Capítulo 98
Margot entrou em casa arrastando os pés, que doíam e estavam imundos. Olhou para eles, bufou e seguiu direto para o banheiro.
— Três anos trabalhando... E termino assim, com uma mão na frente e outra atrás... — resmungou, jogando a bolsa no chão. — O que mais vai cair na minha cabeça, meu Deus?
Começou a tirar a roupa, entrou no box, girou a torneira e... nada. Nenhuma gota. Tentou mais uma vez, virou para o outro lado, apertou, puxou... Nada.
— Não... não... não! Ah, não! Cortaram a água! — esbravejou, batendo a mão na parede.
Antes que pudesse pensar no que fazer, as luzes piscaram e... apagaram. Tudo.
— NÃO! NÃO ACREDITO! Por quê?! — gritou desesperada, segurando o choro que já estava preso na garganta.
Saiu do banheiro, vestiu às pressas um vestido leve e foi direto para o sofá. Sentou, segurou a cabeça entre as mãos e respirou fundo. Quando olhou para a mesinha de centro: uma pilha de contas atrasadas. E no topo, o pior de todos: um aviso de despejo. Quatro meses de a