A MAMÃE VAI SE CASAR?

CHIARA

Chego na casa da minha irmã, que está com um barrigão enorme de oito meses. A pequena Bianca está à caminho. Estou amando ser titia e vou mimar muito a minha pequena.

Dou um abraço na Lena e um beijo na sua barriga.

— Como está, peixinha? — Lena pergunta.

— Estou bem! — respondo bocejando. — Estudando muito, dormindo pouco, mas estou bem.

— E a asma?

— Controlada.

— Bombinha e Epinefrina?

— Na bolsa.

Eu e Elena nos preocupamos o tempo inteiro com nossa mãe, e elas se preocupam o tempo inteiro comigo.

Além da asma, tenho alergia a alguns alimentos e medicamentos e, para prevenir a anafilaxia, ando sempre com a caneta de Epinefrina na bolsa.

Nós sentamos na varanda. O clima está agradável.

— Cadê Matteo? — pergunto.

Antes que Elena responda, meu cunhado aparece na área externa.

Ele nos cumprimenta e senta ao lado da minha irmã.

— Chiara, hoje teremos um DJ muito bom lá na boate — ele comenta. — O cara participa de vários festivais. Se quiser, sabe que sempre tem entradas Vips para você.

— Obrigada, Matteo! Mas hoje eu estou exausta.

— Fazer duas universidades ao mesmo tempo não deve ser fácil — meu cunhado comenta.

— Não é — respondo —, mas, falta menos de um ano para eu concluir a universidade de moda.

— Como estão as aulas, Chiara? — Elena pergunta.

— Estou em semana de prova e entregando alguns trabalhos, por isso está bem exaustivo. Mas, em dias comuns, consigo conciliar. — explico.

— Vou preparar um café. — Matteo fala, se levantando.

O marido da minha irmã sai e, minutos depois, volta com uma bandeja.

— Amor, para você eu trouxe um suco. — ele fala, entregando o copo à Elena.

— Obrigada, amor! — ela responde, tomando um gole do suco de cor amarela.

— O que quer compartilhar conosco, mamãe? — pergunto.

— Vou ser direta com vocês. — ela fala, parece nervosa. — Estou em um relacionamento.

Eu e Elena nos olhamos, sorrindo. Matteo encara a minha mãe com uma sobrancelha arqueada e um leve sorriso.

— Quem é o sortudo? — ele pergunta.

— Ele é grego, viúvo e tem dois filhos. — responde, sorridente. — Seu nome é Theodore Makris, eu o conheci em uma cafeteria há dois meses atrás.

— Makris? Tem algo a ver com os hotéis Makris? — pergunto. É inevitável não lembrar do estranho da outra noite. Aquele babaca que fugiu sem nem se despedir.

— Sim. Os hotéis, assim como outros empreendimentos Makris, são herança de família, mas, segundo ele, o que ama mesmo fazer é trabalhar em sua agência de publicidade. Ele me contou todo presunçoso que sua agência é a mais forte no segmento em toda a Grécia.

— Uau, Dona Paola! — Elena sorri, encarando a mamãe. — Fisgou um milionário.

— Sabe que eu não ligo para essas coisas. Apesar de ser elegante, ele é um homem bem simples. — nossa mãe explica. — Tivemos alguns encontros até eu saber que ele fazia parte da família MaKris dos hotéis. Até então, ele só havia me contado que é um publicitário grego.

— E por que só está nos contando agora? — pergunto.

— Um dos motivos é que estávamos nos conhecendo e eu queria ver no que iria dar. — ela respira fundo. — O outro motivo é que eu estava com receio da reação de vocês.

— Que reação achou que teríamos? — Lena pergunta.

— Não sei. — ela põe a mão no rosto, visivelmente nervosa. — Eram tão grudadas com o pai de vocês, principalmente você, Elena.

— Mamãe, amamos você e queremos que seja feliz. — falo, passando meu braço em volta dos seus ombros.

— Acho que, na verdade, eu estou me sentindo culpada de colocar alguém no lugar do pai de vocês. — ela segura minha mão.

— Mamãe… — a encaro. — Você ainda é jovem e já passou por tanta coisa. Merece ser feliz.

— Duvido que o papai ia querer que você deixasse de viver. — Elena enfatiza.

— Então quer dizer que vocês estão bem com a notícia? — ela pergunta.

— Sim — respondo. — Mas precisamos conhecer o nosso padrasto para dar a nossa benção.

— Tem uma outra coisa que eu preciso contar. — nossa mãe fala, sua testa está levemente enrugada.

— Dona Paola está cheia de novidades — brinco.

— Theodore ficou ligeiramente ofendido porque eu ainda não tinha contado para minhas filhas sobre ele. Eu falei que hoje mesmo conversaria com vocês, e ele me surpreendeu com uma pergunta.

— Qual? — pergunto.

— Ele perguntou se caso vocês aprovassem a nossa relação, eu aceitaria me casar com ele.

— O quê? — coloco a mão na boca, surpresa.

— Meu Deus! Vocês não estou indo rápido demais? — Elena pergunta.

— Pensei isso no primeiro momento. — mamãe responde. — Mas, não temos mais a idade de vocês, somos viúvos, vividos, cada um com a sua trajetória viveu muitas coisas boas e provações. Por que esperar se estivermos certos do que queremos? Theodoro está viúvo a quinze anos e, desde então, nunca mais se casou. Acredito que se chegou a propor algo assim para mim, não foi pelo calor do momento.

— Tem razão. — Elena fala. — É só preocupação de filha.

— Pelo que posso ver nesses olhinhos brilhantes, ficou bem empolgada com a proposta. Estou certa? — pergunto.

— Sim. Está certa — ela responde. — Não achei que fosse me relacionar novamente com alguém depois do pai de vocês, mas pela primeira vez em anos, me sinto viva. Gosto da companhia do Theodore e das nossas conversas ao telefone. Ele é cavalheiro, atencioso e muito educado.

— E quando iremos conhecê-lo? — pergunto.

— Era sobre isso que eu também queria falar — ela responde. — Farei um jantar na nossa casa amanhã para que todos possamos nos conhecer. Ele virá com os filhos.

— Amanhã? — pergunto. — Não achei que seria tão rápido.

— Nem eu. — ela diz, com um sorriso. — Theodore me falou essa tarde. Parece que a decisão foi de última hora. Eles virão para passar o final de semana, mas a mudança só acontecerá no próximo mês, até porque a casa deles aqui na Itália está em reforma.

— Mudança? — pergunto.

— Ele e os filhos moram na Grécia, mas se mudarão para a Itália em breve. Querem trazer uma filial da agência de publicidade deles para o nosso país. — ela explica.

Minutos depois, jantamos todos juntos.

Não iríamos ficar, mas Matteo e Elena insistiram.

Durante o jantar, o assunto foi a minha sobrinha. Falta três ou quatro semanas para a nossa pequena vir ao mundo, e estamos todos ansiosos pela sua chegada.

Após o jantar, eu e a minha mãe nos despedimos da Lena e do Matteo e entramos no carro.

— Mamãe, vai precisar de ajuda para o jantar de amanhã?

— Não, a Emma vai me ajudar a preparar.

— Eu vou até a casa de um amigo da universidade durante o dia. Ele fará uma festa na piscina, mas no final da tarde estarei em casa.

— Claro, filha! Precisa se divertir um pouco, tem estudado demais.

— Será que os filhos do Theodore são legais?

— Espero que sim. Tenho pensado bastante sobre isso. Afinal de contas, se tudo der certo, nós seremos uma família.

— O que eles serão meus?

— Eles serão como irmãos.

— Espero que não sejam dois pentelhos. — falo, e minha mãe sorri.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App