PEIXINHA

CHIARA

Quando acordei naquela manhã em que tive a minha primeira vez com aquele estranho, olhei para o meu lado na cama e vi que ele não estava lá. O cara simplesmente se certificou de ir embora antes que eu acordasse.

Por um lado, foi bom evitar todo aquele clima estranho no dia seguinte. Sempre vejo nos filmes, que as pessoas ficam meio que sem saber como se comportar ao acordar na manhã seguinte quando o sexo é casual. Por outro lado, tudo bem que foi tudo consensual, mas não pude evitar uma pontinha de frustração ao me ver sozinha naquele quarto de hotel.

Uma coisa é inegável: o estranho sabe fazer a primeira vez de uma mulher se tornar especial. Ainda sinto um friozinho na barriga todas as vezes que me lembro de tudo que ele me fez sentir.

Eu tinha feito minha pesquisa de campo, então nunca criei grandes expectativas com relação a prazer e orgasmo na primeira vez, mas, com ele, fui surpreendida positivamente.

Naquele dia, me senti uma boba por achar que o desfecho daquela noite poderia ter sido diferente. Eu, após tomar um banho de água fria, vesti minhas roupas e fui até a recepção do hotel, onde constatei que toda a conta estava paga. Em seguida, peguei um táxi e fui para casa.

Não sabia nada sobre o estranho, então nem me dei o trabalho de pesquisar nada a seu respeito, mas confesso que me pego pensando nele. Tenho curiosidade de quem são seus amigos, familiares, os lugares que ele costuma frequentar...

[...]

Estou na universidade, uma delas para ser mais exata.

Curso gestão de inovação e empreendedorismo na universidade de Milão no período da manhã e design de moda na Fashion Institute of Technology à tarde. Quero ter a minha própria marca de roupas sustentáveis, mesmo que para isso, eu precise estudar pelo menos, umas dez horas todos os dias.

Também sou modelo e, enquanto estava apenas em uma universidade, conseguia fazer alguns desfiles e fotos em estúdios. Mas, já não consigo mais conciliar, então raramente pega algum trabalho.

Saio da aula de metodologias de gestão, a última do dia, para a minha felicidade porque estou exausta.

— Chiara! — uma voz masculina me chama, e logo a reconheço.

Olho para trás e vejo Luca se aproximando.

Ele é um encontro que deu errado para relacionamento amoroso, mas que tem se tornado um bom amigo.

— Oi, Luca! — diminuo o passo. — Tudo bem?

— Sim. Vai rolar uma festinha na minha casa amanhã. Está afim de ir?

Pondero por alguns segundos. Estou bem cansada e tenho muita matéria para estudar, mas até que uma festinha seria bom para descansar um pouco a mente.

— Pode ser. — respondo.

— Vai ser durante o dia na beira da piscina.

— Legal! — respondo, com um sorriso. — Obrigada pelo convite!

— Vou te mandar a localização por mensagem.

— Certo. Até amanhã, Luca!

— Até amanha, Chiara!

Ando até o estacionamento e passo por Elisa, ela finge não me ver.

Eu já suspeitava que a sua aproximação há um mês atrás era por interesse nas entradas da boate do Matteo, mas a garota nem disfarça.

As únicas vezes que ela me cumprimentou desde então, foi quando nos esbarramos nos corredores, mais precisamente, em situações onde ela não conseguia fingir que não me viu.

Não me incomodo de não termos nos tornado amigas. Para ser bem sincera, nem quero alguém assim no meu ciclo de amizades, mas me incomoda pessoas interesseiras como ela, que usam outras pessoas apenas para benefício próprio.

Estou prestes a entrar no meu carro, quando o meu celular toca.

Deslizo o dedo na tela do aparelho e coloco no ouvido enquanto entro no carro.

— Oi, mamãe!

— Oi, filha!

— Está tudo bem?

— Sim. Você está ocupada?

— Não. Acabei de entrar no carro, estou indo para casa. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

— Pode me encontrar na casa da Elena? Preciso conversar algo com vocês duas.

— Está me assustando.

— Estou bem filha, não se preocupe. Só tem algo que quero compartilhar com minhas filhas.

Minha mãe teve câncer de mama há alguns anos e não consigo deixar de me preocupar com ela, nunca.

— Tudo bem! — respondo. — Chego na casa da Lena em alguns minutos.

— Estou aguardando. Te amo, minha peixinha!

— Te amo, mamãe!

Quando comecei a fazer natação, ainda criança, para auxiliar no tratamento das crises fortes de asma que eu vivia tendo, minha mãe, meu pai e Elena começaram a me chamar de peixinha.

Perdemos o nosso pai há alguns anos, mas minha mãe e Lena ainda me chamam assim.

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