Eu precisava começar a pensar que agora carregava uma vida dentro de mim e, por isso, precisava me alimentar direito. Depois que a náusea passou, escovei os dentes, tomei um banho e fui até a cozinha. Enquanto preparava meu desjejum, Julian chegou e ficou me observando. Dei um “bom dia” apenas por educação — afinal, meus pais haviam me dado isso — e continuei focada no que estava fazendo.
— Você está melhor? — ele me perguntou, depois de um tempo em silêncio.
— Estou, sim. Não precisa se preocupar.
— Amanda, precisamos conversar.
— Não, Julian. Não precisamos, não. Tudo que eu precisava ouvir, escutei ontem. E, para mim, já foi mais que suficiente. Já entendi que não posso contar nem confiar em você, e isso basta. Vida que segue. Daqui a alguns dias, você vai embora, e não precisaremos mais nos relacionar. Fim de conversa. Preciso descansar, por orientação médica. Com licença.
Peguei tudo que havia preparado e segui para o meu quarto. Lá era o meu refúgio, meu espaço, onde não precisa