Dos cinquenta e seis jovens enviados à Garganta do Inferno, quatorze já não existiam mais. E tudo isso em apenas cinco horas. O número frio, exibido nas telas, era captado nos sensores das roupas, não deixavam dúvidas: o perigo era real, implacável. Cada respiração carregava o peso da morte iminente; cada passo podia ser o último. O inferno havia aberto a boca, e poucos sobreviveriam ao seu apetite.
Nos observatórios superiores, ocultos em plataformas blindadas, a única luz vinha do brilho trémulo das telas que refletiam nos rostos dos líderes. Ali estavam Zayan, Luciel, o Rei de Ignel (anfitrião da prova) e o próprio Rei Rhanzur, que insistira em supervisionar pessoalmente a prova. Cada ponto piscante no mapa era uma vida jovem, e a gravidade das decisões que haviam tomado pesava no ar como o calor do vulcão.
— Vocês realmente colocaram os meninos nessas trilhas… de propósito? — perguntou Zayan, a voz tingida de preocupação, os olhos fixos nos dados que piscavam freneticamente.
— Foi