A luz dourada da tarde filtrava-se pelas cortinas da sala, pintando o chão com faixas quentes e tranquilas. O som distante de pássaros cantando e o perfume de lavanda vindo do jardim enchiam o ar com uma sensação de paz que Ângela ainda estava se acostumando a sentir. Paz. Essa palavra havia desaparecido de seu vocabulário por tanto tempo que parecia quase estrangeira — e agora, era como se estivesse aprendendo a vivê-la de novo.
Ela estava sentada no sofá, os pés descalços apoiados em uma almofada bordada, observando Zane e Theo discutindo, em um tom quase ridículo, sobre a melhor maneira de fazer risoto. Damian, como sempre, observava tudo com aquele ar blasé encantador, recostado na moldura da porta com uma taça de vinho.
— Theo, você coloca vinho branco antes do caldo, não depois! — Zane gesticulava com a colher de pau, indignado.
— E eu digo que o meu risoto é lendário por um motivo — retrucou Theo, sorrindo de canto. — Só porque você sabe cozinhar como um chef não quer dizer que