POV: Lorenzo
O relógio na parede marcava quase três da manhã quando Ricco entrou sem bater, trazendo o silêncio pesado de quem já sabia que não teria boas notícias. Eu não dormia. Não dormia havia dias. O copo de uísque em minha mão já era mais um enfeite do que um alívio.
— Encontramos movimentação nova em Jersey. — Ricco começou, jogando uma pasta sobre a mesa. — Gente do Cervo. Parece que eles estão tentando reconstruir o que aconteceu no leilão.
A palavra “Cervo” soou como veneno. Não era apenas mais um nome no submundo. Era um fantasma. Um arquiteto de caos.
— E? — perguntei, mantendo a voz firme, mas por dentro minha cabeça girava.
Ricco respirou fundo.
— Eles estão atrás de um nome.
Levantei os olhos lentamente. — Qual?
— "Abelha".
O gelo no copo estalou quando apertei demais o cristal. "Abelha". Um código, um apelido, um rastro. Mas de quem?
— Eles estão cavando fundo. Hospitais, registros antigos, arquivos de denúncia. Parece pessoal.
Encostei-me na c