Capítulo 22

POV: Estela

O som do tiro ainda ecoava nos meus ouvidos quando tudo ficou turvo. O carro derrapou, senti o solavanco seco no meu corpo. Isa gritou, minha mãe se encolheu no banco de trás. A porta se abriu com violência. Ele estava ali.

Meu pai.

O homem que um dia me colocou no colo e me chamava de “abelhinha”.

Hoje, aquele apelido soou como veneno.

— Sentiu saudade, abelinha? — ele riu, os olhos injetados, o cheiro de álcool e cigarro empesteando o ar. Dois homens armados estavam com ele. Um deles puxou minha mãe pelos cabelos. O outro, Isa, que chorava sem conseguir falar.

Eu tentei reagir. Lutei. Mas alguém me acertou por trás. A dor foi forte, mas o ódio... o ódio queimava mais.

Quando acordei, estávamos no chão frio de um galpão imundo, com paredes de ferro e cheiro de mofo e sangue. Correntes presas ao concreto. Arames farpados. Gritos abafados por bocas cobertas.

Estávamos acorrentadas.

Isa soluçava ao meu lado, olhos vermelhos. Minha mãe, pálida, com a blusa r
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App