CELSO MIRANTES
Eu observei Rosália Duarte se afastar pelo jardim iluminado, o tecido verde-sálvia do vestido balançando em torno de quadris que pareciam ter sido desenhados por um arquiteto divino com uma inclinação para curvas perigosas.
Meu cérebro estava desnorteado, com uma sensação desconhecida no peito: a sensação de ter sido caçado.
Eu era Celso Mirantes. Estava acostumado a ser o predador, o homem que entrava em uma sala, escolhia a mulher mais bonita e a levava para a cama com um sorriso e algumas palavras bem colocadas. A conquista era, geralmente, um jogo que eu controlava do início ao fim.
Mas com ela o roteiro tinha sido rasgado antes mesmo de eu abrir a boca.
Meus olhos tinham grudado nela muito antes da recepção. Foi na cerimônia. Quando as portas se abriram e o cortejo começou, eu deveria estar olhando para o Ethan ou para a noiva. Mas meus olhos desviaram para a madrinha.
Ela caminhava segurando o filho do Ethan nos braços. Meus olhos foram atraídos e apris