ROSÁLIA DUARTE
— Há uma mulher aqui esta noite que me ensinou que o verdadeiro lar não é um lugar, é uma pessoa. — Ele sorriu, e seus olhos verdes brilharam na minha direção. — Rosália Duarte.
Um holofote caiu sobre mim. Pisquei, cega pela luz, sentindo o calor subir pelo meu rosto.
Celso desceu do palco e veio até mim, caminhando entre as mesas com passadas largas e decididas. Quase pude sentir que a multidão prendeu a respiração.
Ele parou na minha frente. A música da orquestra diminuiu para um violino suave.
— Rosália — ele disse, alto o suficiente para que todos ouvissem, mesmo sem microfone. — Você me desafiou desde o primeiro dia. Você me irritou, me fascinou e me conquistou. Você não se impressionou com o meu dinheiro, mas se importou com quem eu sou quando as câmeras desligam.
Ele levou a mão ao bolso interno do smoking e se ajoelhou.
O som coletivo de surpresa do salão foi como uma onda. Ele abriu uma caixinha de veludo preto.
O diamante lá dentro era obsceno.